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Contra Corrente (part. Eduardo Marinho)

A superioridade que eles sentem
E exercem de forma arrogante
Se junta a certeza absoluta
Da inferioridade do restante

Deformam sua sensibilidade
Desdenham do alheio sofrimento
E em sua sub-humanidade
Sua crueldade é seu tormento

Do outro lado é plantada a ignorância
Desejos impossíveis de consumo
Fazem o povo de idiota ou de criança
E arrumam esperança noutro rumo

São poucos com acessos a demais
Desfrutam do roubado a maioria
Alegam motivos tão boçais
Que é clara e evidente a hipocrisia

Vou buscar sentido pra viver!

Excessos, privilégios e ostentações
Que egoísmo, que vergonha e que maldade
Apenas desejar tais condições
Já demonstra o grau primário da vontade

Se cada um quisesse e tomasse para si
Da vida o que lhe fosse necessário
Desabaria o sistema do egoísmo e aí
O mundo poderia ser mais solidário

É preciso trabalhar a sociedade
A humanidade escolhe entre o mal e o bem
É preciso dignidade e humildade
Pra que não se abandone mais ninguém

Se o mundo não chegou a ser assim
Não posso simplesmente ignorar
Não vou viver a vida só pra mim
Se tenho um amor no trabalhar

Vou buscar sentido pra viver!

Sem me revoltar nem aderir
Faço o meu olhar bem mais profundo
Observar e absorver, aprender e refletir
E expor meu trabalho pelo mundo

E se eu for de arrasto na corrente poderosa
Quero saber que andei contra a corrente
Que não corri atrás de uma vida cor de rosa
Ignorando o sofrer de tanta gente

Vou buscar sentido pra viver

Quero saber que lutei o quanto pude
Que não me rendi a pressões nem seduções
Que mantive em minha vida a atitude de não desejar mais que preciso
E de estar sempre solidário as multidões